Havia tempo que procurava um cartão de aniversário que ganhei de um namorado que tive há algum tempo. Achei que tinha deixado na casa dos meus pais e que minha mãe havia jogado fora. Só que hoje eu senti que o cartão estava aqui pertinho de mim. Subi no banco e peguei uma caixinha que guardo o que sobrou de ‘bom’ de um outro namoro e um envelope amarelo enorme que um amigo muito querido me mandou com um presente de Natal em 2008. Dentro desse envelope tinha a carta do meu amigo, uma caixinha com o cartão de Natal e um envelope prateado muito familiar. Era o cartão que eu procurava! Pela primeira vez, fui forte e não quis chorar quando li aquelas palavras que, espero, soaram sinceras aos meus olhos.
Vocês devem estar pensando: ‘Que diabos essa menina ainda fuça nas coisas do ex-namorado?’... Também não sei. Só sei que, às vezes, vejo nossas fotos e não consigo pensar que foi em vão, que só aconteceu pra mim. Sim, eu tenho saudade. Fora do comum. Tem horas que eu o odeio. Tem horas que eu tenho uma vontade louca de voltar ao passado, sair correndo pra encontrá-lo e ouvir declarações, colher aqueles sorrisos, olhares, beijos e abraços. Como pode isso? E, no final das contas, o que eu preciso é que ele me olhe nos olhos e diga: ‘Eu te amei demais e o que a gente teve foi único e especial! Pode viver sua vida em paz agora!’... só isso. Pena que não vai acontecer... o orgulho dele não deixa!
Anyway, o ponto que quero chegar é outro e não o ex-namorado. Eu tô cansada de não acertar. Porque eu me esforço, me dedico, me entrego, me cuido, faço tudo o que está a meu alcance. Será que o erro está aí? Será que essa preocupação afasta as pessoas? Desde quando o ser humano ficou arredio e masoquista? O que faz as pessoas não quererem um envolvimento, um amor, um carinho, risadas, cumplicidade, um sexo bacana? Isso tudo junto não precisa ser um COMPROMISSO. Pode ser só uma coisa bacana entre duas pessoas que se interessam uma pela outra. Né? Parece que as pessoas perderam os sentimentos que moviam o mundo pro que há de melhor (amor, carinho, amizade, respeito...) e viraram máquinas auto-suficientes. E desde quando é ruim receber ligações inesperadas, mensagens de madrugada, acordar com beijos e carinhos ou com alguém zelando pelo seu sono, passear por aí de mãos dadas, fazer planos, rir da idiotice que o outro falou, ver aquele filme bacana, fazer um jantar enquanto se recebe beijos no pescoço, tomar um vinho ouvindo aquele CD preferido, ir naquele restaurante simples numa noite qualquer só pra escapar da rotina, tomar sorvete, viajar pra fugir do stress do mundo, ouvir um elogio inesperado ou esperado, enrolar eternos minutos pra se despedir na estação de trem ou no ponto de ônibus, olhar no fundo dos olhos e saber que é tudo verdade e não um sonho? QUEM É O MALUCO QUE NÃO QUER ISSO? COMO PODE? Entende minha indignação?
Tenho PAVOR de estar sozinha. Faz tanto tempo que estou assim e não consigo mais lidar com o vazio que me dá quando me dou conta da solidão que sinto. Quero alguém que pense em mim quando acorda. Sim, eu quero um AMOR com maiúsculas! Será que é exigir demais de Deus e do mundo? Só quero me sentir leve de novo, com as tais borboletas em meu estômago já prejudicado pela gastrite nervosa que alguns me deram. Eu acredito, sinceramente, em meu merecimento!